A Azevedo Bento, indústria de sal fundada em 1855 e conhecida pela marca Pirata, anunciou o encerramento de suas atividades aos 170 anos. Em comunicado, a empresa apontou fatores externos como causa principal, citando a redução do calado da hidrovia utilizada para transporte de cargas até Porto Alegre.
Segundo a nota, a limitação na capacidade de carga dos navios a granel elevou os custos de frete a níveis que tornaram inviável a operação. A Azevedo Bento havia passado por processo de recuperação judicial, encerrado em 2022, e foi adquirida recentemente pela Indústria de Sal Romani.
Paralelamente, a Unifértil, principal usuária do porto de Porto Alegre há 53 anos, alertou sobre risco de descontinuação das operações em Canoas caso a dragagem das hidrovias não seja concluída em 2025. O excesso de sedimentos tem impedido a chegada de navios de fertilizantes, afetando o abastecimento de suas plantas industriais há 10 meses.
A empresa informou que está buscando portos alternativos em Santa Catarina e Paraná, como Imbituba, São Francisco do Sul e Paranaguá.
O secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, informou que o edital para dragagem da hidrovia foi aberto e que o serviço tem prazo máximo de seis meses para ser concluído, com início previsto para setembro. A batimetria indica a necessidade de remoção de até 700 metros cúbicos de sedimentos.
A previsão sugere que, mesmo ultrapassando o prazo da Unifértil, a dragagem poderá permitir a continuidade das operações sem transferência para outros portos.
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