Na manhã de quarta-feira (21), ocorreu no auditório do Ministério Público de Guaíba a apresentação do Centro Educacional Integrado de Atendimento ao Autista de Guaíba. A manhã contou com conversas e conhecimento sobre o Dia do Orgulho Autista.
O momento foi marcado por reflexões e atenção à causa autista, levando também em consideração a Lei N° 021/2023 de 30 de março de 2023, que instituiu a criação do Centro Educacional.
Leia também: Guaíba lança a Campanha do Agasalho Pet 2023; veja como doar
Sobre o Centro ao Autista
O centro tem como objetivo principal oferecer atendimento especializado para pessoas com Transtorno Espectro Autista (TEA), promovendo sua inclusão social, escolar e familiar, por meio de avaliação diagnóstica e intervenção terapêutica individualizada e/ou grupo familiar.
Ele prevê ações integradas entre as Secretarias de Saúde, Secretaria de Educação e Secretaria de Assistência Social. O atendimento terá como público-alvo, crianças e adolescentes de 2 a 14 anos em atendimentos individuais e acima de 14 anos com atendimentos de convivência social em grupos.
O local estudado para sediar o Centro Educacional é a Escola Municipal de Ensino Fundamental Frederico Linck, no centro da cidade, que foi municipalizada recentemente, passando a ser administrada pela Prefeitura em 1º de junho de 2023.
O que consta na estrutura?
O espaço contará com os seguintes itens estruturais:
- 13 consultórios
- 1 sala T.O
- 1 sala A.A.G
- 1 sala de atendimento para pais/usuário
- Cozinha
- Espaço Administrativo
- Espaço de Coordenação
- Espaço de Convivência Profissional
- 3 salas para oficinas e trabalhos em grupo
No espaço serão oferecidos atendimentos com os seguintes profissionais:
- Fonoaudiólogos
- Nutricionistas
- Psicólogos
- Psiquiatras
- Neurologistas
- Terapeutas ocupacionais
- Atendimentos psicopedagógicos especializados
- Profissionais de educação física
- Profissionais da música
- Grupos de apoio e fortalecimento
Segundo a prefeitura, com a equipe multidisciplinar, o Centro Educacional Integrado buscará fornecer o suporte necessário para atender os usuários vinculados, através de planos de desenvolvimento individuais, incluindo o fortalecimento das redes de apoio desses sujeitos.
Quem é o público-alvo?
Até 100 indivíduos (2 a 14 anos incompletos), em atendimento clínico/pedagógico e 50 indivíduos (a partir de 14 anos) em atendimentos grupais/de convivência.
Ingresso ao centro
O usuário deverá ter diagnóstico fechado fornecido pelo médico especialista que acompanhe a criança ou adolescente, de acordo com as normas dos dois manuais diagnósticos utilizados que são CID e o DSM.
Para a validação do laudo serão necessárias as seguintes especialidades médicas:
- Neurologista/Neuropediatra
- Pediatra
- Psiquiatra
- Médico de Saúde da Família e Comunidade
- e/ou Clínico Geral das Unidades Básicas de Saúde da Família (ESF) do Município
Atribuições de Políticas Públicas
Dentre as atribuições da Secretaria de Saúde estão a elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis, criação de ambientes saudáveis, capacitação da comunidade, desenvolvimento de habilidades individuais e coletivas e reorientação do serviço de saúde, serviços de urgência hospitalar, assistência farmacêutica e outras.
Já as atribuições da Secretaria de Educação estão o atendimento psicopedagógico, dicas de manejo e suporte aos familiares dos usuários com Espectro Autista, atendimento psicomotor, elaboração de um plano de desenvolvimento de intervenção individual psicopedagógico de cada usuário PDI, auxiliar na elaboração de campanhas de conscientização sobre o autismo, entre outras.
Nas atribuições da Secretaria de Assistência Social estão o espaço de encaminhamento e orientação do benefício de prestação continuada - BPC, espaço de acolhida e fortalecimento dos vínculos familiares com escuta dos responsáveis, mapeamento da rede de cuidado/suporte, oficina de reflexão/informação sobre os Direitos da Pessoa com Autismo e outras.
Os profissionais que atuarão no Centro
- Coordenador
- Neurologista
- Motorista
- Auxiliar administrativo
- Nutricionista
- Estimulador precoce
- Psiquiatra
- Porteiro
- Fonoaudiólogo
- Psicomotricista
- Profissional de educação física
- Merendeira monitos
- Terapeuta operacional
- Psicopedagoga
- Auxiliar de serviços gerais
- Professor de música
O que dizem as autoridades
A Vice-Prefeita de Guaíba, Claudinha Jardim, falou sobre a importância do desenvolvimento do centro e como ele auxiliará a população autista da cidade: "Pensamos no centro de atendimento ao autista de forma integrada e intersetorial. Não apenas com ações de educação, mas também de assistência social e saúde. Queremos, com tudo isso, promover respeito. Respeito às famílias, às particularidades do espectro e à rotina das crianças e jovens autistas. Queremos prepará-los para o mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, acolher e centralizar os cuidados em um só lugar."
A promotora de justiça de Guaíba, Ana Luiza Domingues de Souza Leal, também estava presente na apresentação e falou sobre o momento: "A diversidade é a pauta do dia. Não podemos fechar os olhos e deixar essa parcela da sociedade invisível, pois eles têm prioridade absoluta e merecem todo o reconhecimento de seus direitos."
Marcando presença, a deputada estadual Eliana Bayer, presidente da frente parlamentar em defesa das pessoas com transtorno do espectro autista, também falou sobre a causa: "Precisamos ter respeito, que é o ponto-chave de tudo, junto com a empatia e o amor. Precisamos nos colocar no lugar dos outros. Quem é que cuida das famílias? O coletivo precisa unir forças para dar voz a essas famílias."
Palestra sobre o papel das empresas
O responsável pelo programa de diversidade, equidade e inclusão da América Latina na TK Elevators, Renan Anger, palestrou sobre o papel das empresas e da sociedade no combate ao preconceito: "A 'cura' para a 'doença' do preconceito é, acima de tudo, o respeito. Cabe a nós, como seres humanos, parar de nos colocarmos acima dos outros e, a partir disso, trabalhar em nossas virtudes para incluir a todos."
Presença de atleta autista
Yago Gomes de Souza, que é autista e atleta paraolímpico, esteve presente durante toda a manhã, e seu pai, Neide Luis Cunha de Souza, falou sobre a experiência da parentalidade de crianças e jovens autistas: "Buscamos vários tipos de tratamento em várias especialidades e sempre obtivemos apoio. Sabemos da questão da verbalização, em que a verdade é que verbalizar é uma coisa e ter a habilidade de falar é outra. Imaginem como era lidar com essas questões há vinte e sete anos atrás. Isso melhorou muito no momento em que aceitamos e buscamos conhecer e entender o autismo."
Comentários: