A 1ª Vara Criminal de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, determinou que Alexsandro Alves Gunsch, de 48 anos, vá a júri popular pelo homicídio de Débora Michels Rodrigues da Silva, de 30 anos. A decisão foi proferida na quarta-feira (28). A vítima foi encontrada sem vida em 26 de janeiro deste ano, na calçada em frente à casa dos pais, no município de Montenegro.
O réu, ex-companheiro da vítima, encontra-se em prisão preventiva desde 28 de janeiro. A advogada de Gunsch, Daniela Schneider Couto, declarou que ainda não foi notificada oficialmente da decisão, mas pretende recorrer, alegando que a Justiça não atendeu a um pedido de diligência da defesa.
Segundo a juíza Débora Vissoni, há indícios suficientes para caracterizar o crime como feminicídio qualificado, envolvendo motivo torpe, meio cruel, emprego de asfixia, recurso que dificultou a defesa da vítima e violência doméstica e familiar. A acusação sustenta que o crime ocorreu devido à insatisfação do acusado com o término do relacionamento, considerando elementos que indicam um sentimento de posse por parte do réu.
A denúncia aponta que o crime ocorreu na residência do casal, por volta das 3h do dia 26 de janeiro, com indicativos de premeditação. Segundo o Ministério Público, o réu teria causado a morte da vítima por esganadura e, em seguida, abandonado o corpo em frente à casa dos pais dela.
Ainda não há data marcada para o julgamento, que será decidido por um grupo de jurados. A defesa argumenta que a versão apresentada pelo réu à polícia relata uma discussão que se tornou física, culminando na perda de consciência da vítima. Gunsch afirmou ter tentado levá-la para atendimento médico, mas, ao perceber que ela não apresentava sinais vitais, deixou-a na calçada em frente à casa dos pais dela.
Débora Michels Rodrigues da Silva era personal trainer, com atuação desde 2011. Ela mantinha um perfil nas redes sociais dedicado a exercícios físicos e era licenciada em Educação Física. O relacionamento entre a vítima e o acusado durava mais de 10 anos, e, de acordo com a família, não havia sinais prévios de comportamento violento por parte do acusado.
O pai da vítima, Davi Rodrigues da Silva, relatou que, após a decisão de Débora de se separar, ele pretendia ajudá-la na mudança para uma nova residência. No entanto, o plano foi interrompido pelos acontecimentos que resultaram na morte de Débora.
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