A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, na terça-feira (29), um aumento de 52% no valor da bandeira tarifária vermelha de patamar 2 na cobrança da energia elétrica. Com o reajuste, a cobrança nesse estágio passou dos R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. O cenário é considerado excepcional, devido à pior crise hídrica dos últimos 91 anos.
O valor, contudo, pode se tornar ainda maior em agosto e nos meses seguintes, porque a agência irá rever os parâmetros para cálculo da bandeira. É o segundo mês consecutivo em que a bandeira vermelha vigora em seu segundo patamar, a mais cara do sistema. A mudança passou pelo crivo da agência por quatro votos a um e valerá a partir de julho.
Os técnicos calcularam que o novo patamar da bandeira vermelha nível dois deveria subir algo entre R$ 11,50 e R$ 12,00 a cada 100 kWh. Esse seria o valor necessário para cobrir todo o custo adicional com o acionamento de termelétricas ao longo do segundo semestre deste ano, diante da situação crítica dos reservatórios. Mas o relator do processo, diretor Sandoval Feitosa, afirmou que seria necessário alterar as regras da agência para aprovar um reajuste nesse patamar. Nesse sentido, o diretor apresentou um reajuste de 1,67%, que representaria uma cobrança adicional de R$ 6,49 a cada 100 kWh.
A agência também aprovou reajuste nas bandeiras amarela e vermelha patamar 1. Pela proposta, a taxa cobrada quando a agência acionar a bandeira amarela irá aumentar 39,5%, de R$ 1,343 a cada 100 kWh para R$ 1,874. Já a bandeira vermelha 1 passará de R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos para R$ 3,971 - redução de 4,75%.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015. Na prática, as cores e modalidades - verde, amarela ou vermelha - indicam se haverá ou não cobrança extra nas contas de luz. A bandeira verde, quando não há cobrança adicional, representa que o custo para produzir energia no País está baixo. Já o acionamento das bandeiras amarela e vermelha representa um aumento no custo da geração e a necessidade de acionamento de térmicas, o que está ligado principalmente ao volume dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a previsão de chuvas.
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