Começa precisamente às 18h48m desta quarta-feira (21) o verão no hemisfério sul, estação que só terminará no dia 20 de março de 2023. No Brasil, o período é caracterizado pelo aumento da temperatura em todas suas regiões, com dias mais longos do que as noites; e pelas mudanças rápidas das condições de tempo, favorecendo chuvas fortes, descargas elétricas e, dependendo da localidade, granizos e ventos com intensidade entre moderada e forte.
No entanto, os episódios consecutivos de calor, como os 15 dias seguidos com máximas acima de 40ºC, ocorridos no início de 2022, não devem se repetir na próxima temporada. Ainda assim, as projeções indicam uma estação com temperaturas acima da média histórica na grande maioria das cidades gaúchas. É alta a probabilidade de que sejam registradas ondas de calor.
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O verão tem início com o Pacífico Equatorial Central ainda sob a influência do fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial e que tanto impacto trouxe no clima nos últimos meses. É o terceiro verão seguido que começa com La Niña, mas que já atingiu seu pico de intensidade em outubro.
Conforme a MetSul, a estação terá déficit de precipitação em muitas áreas, proporcionando condições de estiagem. Dessa forma, partes do Estado devem voltar a enfrentar problemas de falta de chuva mais volumosa com perda de produtividade nas safras de verão, diminuição dos níveis dos rios, risco de escassez de água para consumos humano e animal e mais decretos de emergência por seca, além de risco acentuado de incêndios em vegetação (queimadas).
As projeções sinalizam para a ocorrência de episódios pontuais de chuva volumosa a excessiva, de curta duração, e com características ou localizadas ou regionalizadas durante o verão. Em regra, acompanham temporais passageiros de verão em dias quentes e mais úmidos, mas também podem ocorrer por ciclones ou, no caso do Litoral Norte, por fluxo de ar úmido do oceano.
No caso do verão 2022/2023, a Metade Norte do Rio Grande do Sul e áreas mais próximas da costa devem ter mais chuva, apesar de irregular, que o Sul, o Centro, a Campanha e o Oeste que terão um risco de estiagem maior. Portanto, nas praias, o Litoral Norte terá mais chuva que os balneários do Litoral Sul. Com padrão mais chuvoso no Leste catarinense e paranaense, o Litoral Norte gaúcho deve ter, inclusive, risco de períodos de excesso de chuva.
A Metade Norte, que concentra a maior parte da produção agrícola gaúcha, mesmo com previsão de mais chuva que a Metade Sul, ainda assim terá períodos secos com déficit hídrico, sobretudo no começo da estação e no seu final.
Tradicionalmente ocorrem pancadas localizadas e passageiras de chuva que se dão, em regra, da tarde para a noite em dias de calor e umidade alta. Não raro chegam acompanhadas de temporais, alguns fortes de vento e granizo, e podem despejar volumes altos de chuva em curto período com transtornos nas cidades por alagamentos.
Como este verão não deve ser tão seco como o último, com maior número de dias de mais alta umidade, a perspectiva é que ocorram mais temporais de verão que em 2021/2022, especialmente do Centro para o Norte gaúcho.
Os pulsos de ar frio de trajetória marítima atuarão em alguns momentos sobre o Atlântico Sul perto da costa gaúcha e o vento “Nordestão” nas praias se fará presente em nosso litoral, para o incômodo dos veranistas.
Por outro lado, como neste verão há expectativa de temperatura mais alta do mar na costa com ingresso da Corrente do Brasil favorecido pelo quadro de precipitação deficiente a partir de frentes frias que chegam fracas ou mesmo desviam do Estado, os veranistas tendem a enfrentar menos dias com Nordestão e vão desfrutar mais dias com mar claro e quente.
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