Épocas difíceis aportaram por aqui, foi anunciado desde cedo, muitos de nós não creram que seria algo tão sério e inusitado. Se estende a pandemia e vai nos forçando a reinvenção para buscarmos formas de ultrapassar as barreiras impostas por ela. Uma coisa é certa, sentar no sofá e reclamar, chorar ou tentar encontrar culpados, não nos ajudará em nada.
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A fragilidade da sociedade fica escancarada em um evento como esse, o qual, espero que entendam, não é difícil repetir-se. Como toda e qualquer crise, precisamos achar uma saída, nem que seja uma saída rápida pela direita (como diria um antigo personagem animado) isso nos transforma, isso muda o mundo, podem ter certeza. A grande maioria das mudanças drásticas ocorridas na história da humanidade seguem acompanhadas de alguma perda, hecatombe, tragédia, fatos que provocam primeiro o medo, logo em seguida a busca pela solução e nelas aparecem as mentes brilhantes que conseguem agir em prol do bem comum, do bem humanitário. Tantas outras conseguem aproveitarem-se da situação e esfolar ainda mais os convalescidos e fatigados pelas mazelas da vida, quanta maldade, aproveitarem-se de um estado frágil da sociedade para retirar o que lhes falta, desesperadora atitude.
Não fiquem boquiabertos, ou de queixo caído, desde que o mundo é mundo as coisas são assim. O mais importante é aprendermos, sabermos o rumo a seguir, entender nosso papel e se pudermos ajudar, devemos sempre estender a mão, mas se necessitarmos ajuda, precisamos também nos desprendermos do orgulho e pedir.
Assim segue toda a sociedade, com os CTGs não é diferente, nessa loucura de desinformação, de comunicação desencontrada, de falsos profetas que não apontam a direção nenhuma, os clubes intitulados sociedades (como os CTGs) ficam a margem das necessidades. Afinal se tu tiveres que cortar o orçamento, não seria a mensalidade do clube que tu deixarias de pagar? Isso afetará muitos clubes e sociedades, essa pandemia fechará muitos clubes e sociedades. É preciso reinventar-se!
Se fizermos uma reflexão positiva, não estamos isolados por completo, as mídias sociais (graças a Deus) estão aí para aplacar a distância e estabelecer os contatos para que busquemos na adversidade, uma solução para o caos. Como? Não sei. Não creio que exista fórmula pronta. Há públicos distintos em distintos lugares. Na própria cidade aprendi que tem públicos distintos para os diferentes CTGs. Esse seria o momento talvez de se unir, de pensar em saídas comunitárias, em darem-se as mãos e andarem todos no rumo da sustentabilidade. As ações exigem cautela e atenção, tudo pode fazer a diferença nesse momento. Eventos virtuais, sensibilização dos sócios, reuniões digitais, são saídas mas não o remédio absoluto, há que reinventar para não quebrar, há que sensibilizar para não morrer.
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A tradição não morrerá, disso temos certeza, mas os CTGs que dependem de fundos para se manterem em pé, esses precisam de apoio. Há que pagar energia elétrica, água, manutenção das instalações e o órgão maior o MTG deve dar suporte para seus filiados, afinal arrecada uma robusta anuidade desde sua fundação, chegou a hora de dar a mão e abrir a guaiaca para apoiar e evitar que se rompa essa cadeia de tradicionalismo sustentada pelos CTGs. Existem coordenadorias divididas por regiões, e ainda, subcoordenadorias (divisão de uma região com numerosos CTGs) que devem levantar essa demanda, assumir a responsabilidade e agir em prol do CTGs, afinal estará agindo em prol da cultura e tradição gaúcha.
Enquanto isso Patrões e seus assessores de Patronagem seguem queimando fósforo da moringa para poder manter de pé sua entidade. Sejamos solidários também com o tradicionalismo e apoiemos a causa dos CTGs, mantendo-nos como sócios em dia, colaborando nos eventos sendo parte do sustentáculo das entidades, esteio da tradição.
E as autoridades locais que gostam de usar o nome das entidades, os grupos de dança e os artistas individuais, essa é a hora da contrapartida, para ali na frente quando precisarem novamente, terem onde buscar os nossos talentos. Lembrem-se que a parceria tem sempre o viés solidário e não proletário, quem sempre foi apoiado, agora é a vez de apoiar. Seguimos na luta para manter de pé o tradicionalismo na nossa Guaíba querida, Berço da Revolução.
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