Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, tardiamente o fato consumou-se ao final do século XIX. Existem fontes que remetem o fato da criação desse dia ao fatídico incêndio em uma indústria têxtil, em Nova York (Estados Unidos), que culminou com a morte de 120 mulheres (a maioria de operários eram mulheres). O incidente ocorreu em 25 de março de 1911, muito antes disso ocorreram eventos que determinaram o 8 de março como Dia Internacional da Mulher.
Vejam que coloco “tardiamente”, pois entendo que a mulher se destaca desde o início do mundo, independente de credo. Só existe homem com o relacionamento homem-mulher, fecundação, gestação e criatura. A mulher é o resumo daquilo que se exprime “VIDA” e dela advém tudo e todos.
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Bueno, feito a introdução, dedicar um dia para comemorar a mulher apenas no século XIX é muito tarde, mas entendamos o motivo: a sociedade foi é e será por algum tempo machista. Hoje não é mais (alguns desavisados vão bradar internamente)!!! É sim, quando as empresas colocam mulheres em cargos de liderança o salário é menor que o de um homem, quando vemos mulheres em destaque ainda verbalizamos: “mas é mulher”, ou ainda, “ela quem faz”.
Não existe igualdade mental, muito menos social, mas elas quem estão fazendo isso mudar. Como comentamos em outra coluna, a mulher toma conta hoje do cargo máximo do tradicionalismo, hoje temos uma mulher presidente do MTG (não me venham com presidenta que isso é extermínio maldoso da nossa amada língua portuguesa).
Mulheres ocupam cada vez mais posições importantes em todas as artérias que conduzem o sangue social, na indústria, comércio, política, saúde, educação, enfim mulher e competência caminham lado a lado. Isso faz pouco, antes relegávamos as mulheres papéis secundários, escondíamos elas por ciúmes, por acharmos que homens eram superiores.
Mas a história traz personagens que demonstram muito ao contrário, mulheres que tiveram coragem de encarar a sociedade e fazer o Rio Grande muito maior por suas mãos. Furtivamente Érico Veríssimo retrata isso em sua série mundialmente conhecida: “O Tempo e o Vento”, onde denota às mulheres papéis de destaque, usando o imaginário para trazer a mulher ao papel importante e relevante da história.
Vale ressaltar que a formação da sociedade gaúcha difere do resto do Brasil, conforme relato de Sain-Hilaire:
Porto Alegre, 12 de julho [de 1821] – Um francês representante aqui de uma casa do Rio de Janeiro, veio convidar-me para passar a tarde em uma casa onde devia realizar-se um pequeno baile. Sabendo que essa era uma das casas mais recomendáveis de Porto Alegre não hesitei em aceitar o convite. Deparei, então, em um salão bem mobiliado e forrado de papel francês, uma reunião de trinta a quarenta pessoas, homens e mulheres. Como se tratavam de parentes e amigos íntimos, não havia luxo nos trajes. As mulheres vestiam-se com simplicidade e decência, sendo que a maior parte dos rapazes trajavam fraque e calças de tecido branco. Dançaram-se valsas, contradanças e bailados espanhóis. Algumas senhoras tocaram pianos, outras cantaram com muita arte, acompanhadas ao bandolim, a festa terminou entre pequenos jogos de salão. Encontrei modos distintos em todas as pessoas da sociedade. As senhoras falavam desembaraçadamente com os homens e estes cercam-nas de gentilezas, sem, contudo, demonstrarem empenho ou ânsia de agradar, qualidade quase exclusiva do francês. Ainda não tinha visto no Brasil reunião semelhante.
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Saint-Hilaire claramente denota que as mulheres (diferentemente de outros lugares) não se escondem, mas convivem e tem além de muita beleza, educação. Pois bem, sempre lembramos de Anita Garibaldi (Ana Maria de Jesus Ribeiro), que enfrentou as guerras sociais e políticas para ser imortalizada nos anais da história. Mas temos ainda Clarinda Porto da Fontoura, Caetana Garcia da Silva, Maria Micaela Braga, Isabel Leonor Meireles de Matos, que amargaram a dor da guerra e mantiveram a altivez da família. Ainda tem Ana Leonarda, que em pleno ano de 1925 impetrou contra seu marido (o tenente Felisberto Francisco) um pedido judicial de divórcio; Delfina Benigna da Cunha, que escrevia desde os 12 anos; Maria Josefa Barreto Pereira Pinto, a primeira jornalista mulher do Rio Grande do Sul; Nísia Floresta Brasileira que editou “Direitos da Mulher e Injustiça dos Homens” minha consideração, respeito e reverência também aquelas anônimas heroínas que não aparecem nos alfarrábios nominadas mas que deram a sua contribuição para a construção deste Rio Grande de Deus.
Foram elas escravas que trabalharam incansavelmente para produzir alimentos, as costureira que coziam peças para vestir os gaúchos, as enfermeiras que cuidavam suas feridas, estancieiras que tomavam a frente e administravam suas estâncias evitando que fossem tomadas de suas famílias, as professoras que ensinavam aos filhos do Rio Grande para que crescessem cultos e letrados. Mulheres que fizeram e até hoje fazem a diferença na sociedade e no mundo contemporâneo.
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