O que o pôr-do-sol nos trará hoje?
O que levaremos ao pôr-do-sol?
Passamos os dias
em contagem regressiva
sem sabermos ainda
o quanto falta
pra sentirmos de volta
meus braços, envoltos,
ao redor do teu corpo.
Aqui, dentro, seguimos isolados,
distantes, confinados,
evitando o “inevitável”.
Lá fora, seguem aglomerados,
corpos empilhados,
em números maquiados.
“É só uma gripezinha”
“Tomem cloroquina”
“E daí?” “Isso é tudo fantasia”
“Sal-vem a e-co-no-mi-a”
NÃO!
Uma vida que se esvai, ainda é uma vida!
Mas, hoje... hoje eu só queria
não falar em economia,
esquecer quem é o presidente,
não pensar em pandemia.
E, por força do ocaso,
sentir em teu abraço
leveza para estes
nossos dias tão pesados.
Vê, no pôr-do-sol que se aproxima,
a esperança que ressurge
em forma de poesia,
é o universo dizendo que não há
escuridão que perdure
à luz de um novo dia.
Poesia de Marcelo Rutshell
Leia mais de Maris Strege:
- Cidade poética: escadaria em frente à prefeitura é o cenário para os "Degraus de Outono"
- Cidade poética: O espelho da vida reflete em nossas almas e faz alicerce para o futuro
Comentários: