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Sabado, 15 de Fevereiro de 2025

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Darcy Fagundes: precursor da divulgação da declamação gaúcha tem festival em seu nome

Ao lado de Paixão Côrtes, ingressou no regionalismo na Rádio Farroupilha

Mário Terres - Tradicionalismo
Por Mário Terres -...
Darcy Fagundes: precursor da divulgação da declamação gaúcha tem festival em seu nome
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Darcy Fagundes da Silva nasceu em 15 de dezembro em Uruguaiana, Darcy era o primogênito de uma família de 11 irmãos, dentre eles o apresentador e historiador Antônio Augusto Fagundes. Teve quatro filhos: Aldo Justo, Luciane, Cláudia Beatriz e Ana Cristina. Veio estudar em Porto Alegre, onde conheceu o produtor e radialista Nelson Cardoso, por quem foi convidado para ingressar na Rádio Farroupilha, em 1952, ao lado de Paixão Côrtes, que na época eram conhecidos como o “Tropeiro da Tradição, e o seu peão amigo Darcy Fagundes”, dando início a sua carreira no regionalismo.

Este programa teve maior repercussão na época, na temática rural, o estado parava para ouvir sanfoneiros, poetas, trovadores e cantores da cultura popular gaúcha. Foi o criador do reconhecido programa da Rádio Gaúcha denominado o “Grande Rodeio Coringa”, trabalhando com Luiz Menezes, onde consagrou-se e passou a fazer parte da história do rádio, recebendo por 02 (duas) vezes o prêmio de melhor intérprete como rádioator do nosso estado.

Era um apaixonado pela arte de declamar e a dominava como ninguém, tinha orgulho do regionalismo e costumava citar o conceito de tradicionalismo, inspirado em Luís Carlos Barbosa Lessa (folclorista e escritor): “é movimento eminentemente popular e serve para sensibilizar tanto o peão de estância, quanto o operário, o burocrata e o universitário. Ele ajuda a valorizar o que é nosso, nossos próprios valores e felizmente vemos que a arte com raízes rurais continua em ascensão”.

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Com mais de 30 anos de carreira, Darcy faleceu em 23 de junho de 1984, deixando um legado de valorização e reconhecimento a todos que cultivam o movimento tradicionalista gaúcho, sendo lembrado como um grande incentivador da música e da cultura do Rio Grande do Sul.

Seu legado jamais morrerá, sabemos disso e para comprovar com força e lucidez essa afirmativa. Neste final de semana que passou, um festival em seu nome veio salvaguardar a memória, a arte declamatória, os dedilhados de violões em acompanhamento, o movimento dos olhos atentos as mímicas, ao universo que rege o declamador e a poesia. Foi um projeto do CTG Darci Fagundes e alguns apoiadores que tocaram em frente o Primeiro Festival de Declamação Darci Fagundes. Que já nasceu grande, foram 65 participantes entre as modalidades pré-mirim, mirim, juvenil, adulta e xirú.

A apresentadora Liliana Cardoso abrilhantou o evento juntamente com Rinaldo Souto. Entre os avaliadores, nomes consagrados como Fábio Malcorra, Silvana Andrade, José Rodrigues e Romeu Weber. Sumidades na arte declamatória, tiverem a árdua tarefa de avaliar os magníficos participantes. Mais do que concorrentes, os participantes eram a poesia itinerante, transbordando o coração e iluminando a alma de cada um dos presentes com sua arte, com sua emoção.

Esse projeto desenvolvido em nossa cidade tende a crescer e esse colunista tem o sonho que todos se aproveitem da grandiosidade que carrega um evento desse porte. O suor de cada um dos organizadores se transformou em sucesso. Meus amigos Lucas Madruga, Rodrigo Rodrigues Rosa, Felipe Deczuta e Diego Peres não mediram esforços em recepcionar, encaminhar, acolher e fazer com que todos os presentes sentissem como se estivessem em casa.

Malcorra faz parte dessa maravilhosa comissão que entrega a Guaíba mais um referencial cultural, que é esse primeiro Festival de Declamação Darci Fagundes. Fazemos votos que a comunidade interaja mais com essas manifestações, buscando na poesia um refúgio para iluminar a alma e aplacar a sede de saber. Que os organizadores tenham o atrevimento de provocar as pessoas a pensar no compartilhamento, e não na concorrência. Afinal, congregar é muito mais prazeroso que concorrer, nem todos encaram a disputa como algo sadio.

Em países irmãos próximos (Argentina, Uruguai, Chile), as artes culturais ligadas a tradição e ao folclore são repassadas nas escolas, para que desde pequenos se aprenda a apreciar e respeitar o que a terra mãe deixa como legado. Quem sabe esse possa ser um enlace itinerante entre poetas, declamadores e escolas, há que se pensar em como perpetuar essa arte maravilhosa.

Esperamos de todo o coração que as autoridades sigam apoiando e investindo na arte da expressão oral da nossa cultura: a declamação. Declamador, poeta e amadrinhador são a tríade de um enlace fraterno clamando por corações acesos e ouvidos atentos para transbordar ao mundo a força que só eles, imponentes carregam, para luzir cada alma disposta a receber tudo isso. Vida longa à poesia, vida longa ao Festival de Declamação Darci Fagundes, vida longa ao enlace fraterno e afetivo ao redor da tríade poética!

 

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