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Sabado, 19 de Abril de 2025

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Em tempo de caserear, podemos buscar nos livros o que a tradição nos ensina

O vírus veio para fazer a sociedade perceber que ser é mais importante que ter

Mário Terres - Tradicionalismo
Por Mário Terres -...
Em tempo de caserear, podemos buscar nos livros o que a tradição nos ensina
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Esse tal de coronavírus veio não só para pôr o mundo em polvorosa, mas para frear a correria frenética da sociedade e fazê-la (tentar) perceber que SER é bem mais importante que TER. Lembram que escrevi isso na semana passada? Pois é, mas conseguiram refletir sobre o tema?

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Tenho escutado tanta gente pelas mídias digitais reclamarem, conjecturarem, conjurarem, atacarem, defenderem, esbravejarem, caluniarem, mentirem, desmentirem, mas poucos acalentando os dias e pensando em como deixar o outro tranquilo e alegre nesses tempos hostis.

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É que realmente alimentamos mais o ego que a energia do mundo, se somos conectados, tudo que emanamos, o mundo emana de volta. Pode ser cético, agnóstico, fervoroso, não importa, a física quântica, as religiões e tantos ensinamentos nos integram no universo como “parte do todo” e se somos parte do todo, somos parte um do outro e precisamos um do outro, por isso o mundo e até o universo depende da nossa energia e nós dela renovada.

Já dizia meu avô (que eu achava meio ignorante e com o passar do tempo vejo que ignorante sou eu), que mente ocupada é oficina do coisa ruim. Sabe que ele tem razão, se nota pelo facebook, pelo zap, instagram e outras plataformas. Como é fácil não entender bulhufas e dar uma de guru, porque tem gente que na sua ignorância, acredita em tudo o que falam.

O remédio para essa doença (a ignorância) tem cura, os livros. Mergulhe de cabeça em um livro, leia e releia até entender o conteúdo, assim tu começa a criar massa crítica nesse cérebro e passa a poder ignorar as falsidades que postam ou as besteiras que te dizem, mas como as vezes nosso banco de dados (cérebro) está vazio, não debatemos. Pior, pra não passar por burros e ignorantes, as vezes concordamos e queremos expressar opinião. Vamos lavar o sovaco com guaraná, por favor...

Mergulhe num livro, em se tratando de tradicionalismo, nossa mergulhe em uma piscina de livros, poderá entender desde o nascimento do Rio Grande de São Pedro do Sul até o estado em que vives atualmente. Temos vários autores, leituras simples, aplicadas, históricas, fictícias, lendas, mitos, poesia, causos, tem até como fazer tratamento psicológico com um tal Analista de Bagé, mas te adianto, a pegada é feia, não tem dó de ninguém.

Não me entenda mal, não estou chamando ninguém disso ou aquilo (só eu me chamei de ignorante) é tudo pra chamar a atenção e dizer que em tempos de pandemia, podemos descobrir mundos que nem sonhamos, viajando sem sair de casa, basta comprar uma passagem de primeira classe em um bom livro e aproveitar toda e qualquer paisagem que a mente possa criar.

Posso indicar sim vários livros, outros tu podes buscar na internet e ler pelo computador, pela tela do celular, comprar em sebos, pedir emprestado, enfim, há muitas formas de conseguir um livro para desfrutá-lo. Lembrando que o livro te estimula o pensar, te adiciona um seleto glossário particular, proporciona entretenimento e cultura.

Me atrevo a criar um roteiro com o apelo “Conheça o Rio Grande do Sul Pelos Livros” e peço que debrucem seus olhares sobre Viagem ao Rio Grande do Sul, de Saint Hilaire, Contos Gauchescos e Lendas do Sul, de Simões Lopes Neto, A História da Grande Revolução, de Alfredo Varella, A Formação do Rio Grande do Sul, de Jorge Salis Goulart, Anais da Província de São Pedro, de Visconde de São Leopoldo, Ruínas Vivas, de Alcides Maya, O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo ou ainda História das Missões Orientais do Uruguai, de Aurélio Porto e Negros na Revolução Farroupilha de Moacyr Flores.

O escritor da terra, Altair Martins, também nos entrega leituras ótimas como Se Choverem Pássaros, Dentro do Olho Dentro, Os Donos do Inverno, entre outros e o meu amigo Renato Lacerda Isquierdo com o seu O Velho e a Bola.

Se quisermos passear pelos causos e pela poesia gaúcha, bom o caminho vai por outro lado, digamos que guiado por: Payador, Pampa e Guitarra, Paisagens Perdidas, De Fogão em Fogão, 50 Anos de Poesia, de Jayme Caetano Braun, a coletânea Rapa de Tacho do Apparicio Silva Rillo, Armorial de Estância e Outros Poemas, de Aureliano de Figueiredo Pinto os contemporâneos Água de Sanga, de Colmar Duarte, O Inventário da Sombra, de Gujo Teixeira e Alma do Campo e Céu de Jurema Chaves.

Não tenha pena, medo ou receio, viaje sem sair de casa e desfrute da cultura, da afetividade que o livro te entrega, te abraçando com palavras, te envolvendo com poesias e te sorriso com mensagens que tua alma ascenderá a planos elevados e límpidos, afinal a cultura tudo cura. Divirtam-se. 

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