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Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025

🏥 Saúde

Homem volta a ouvir após 20 anos com cirurgia inédita viabilizada por decisão judicial no RS

Implante auditivo de tronco cerebral foi realizado em Porto Alegre após ação movida pela Defensoria Pública garantir cobertura do procedimento

TVGO - Redação
Por TVGO - Redação
Homem volta a ouvir após 20 anos com cirurgia inédita viabilizada por decisão judicial no RS
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Após 20 anos sem audição, um morador de Torres, no Litoral Norte, passou por um procedimento inédito no Rio Grande do Sul que permitiu a retomada parcial de sua capacidade auditiva. A cirurgia, chamada de implante auditivo de tronco cerebral, foi realizada no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, com apoio de especialistas de São Paulo.

O paciente, de 53 anos, foi diagnosticado com neurofibromatose tipo 2, condição genética que provoca o crescimento de tumores nos ouvidos e compromete o funcionamento do nervo auditivo. Diante da impossibilidade de utilizar aparelhos auditivos convencionais ou implantes cocleares, o implante no tronco cerebral foi indicado como a única possibilidade de reabilitação auditiva.

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A cirurgia só foi realizada após uma ação judicial ajuizada em 2016 pela Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul. O processo teve como objetivo garantir que o Estado e o Município de Torres arcassem com os custos da intervenção, não disponível pelo SUS nem coberta pelos planos de saúde. A decisão judicial favorável saiu quase dez anos após o início da ação.

O procedimento foi dividido em duas etapas: a primeira no ano passado e a segunda no início de 2025. Dois meses atrás, o dispositivo foi ativado. Desde então, o paciente, que utiliza leitura labial como principal forma de comunicação, passou a captar sons e compreender frases, ampliando seus recursos de interação no cotidiano.

A Defensoria informou que, à época do ajuizamento, a cirurgia só era realizada em São Paulo, mas, durante o andamento do processo, surgiu a viabilidade de executá-la no Rio Grande do Sul. A atuação contou com o trabalho do defensor público Nelito Celso Villetti, responsável pelo caso.

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