A Polícia Civil de Chapecó concluiu o inquérito sobre o assassinato do fisiculturista Valter Vargas Aita, de 41 anos, morto com 21 golpes de faca dentro do apartamento em que morava com a esposa, Andrea Carvalho Aita. O relatório final aponta que o crime foi motivado por ciúmes e teve planejamento prévio, com uso de meios que dificultaram a defesa da vítima.

Durante as investigações, foram recuperadas conversas em um aplicativo de inteligência artificial, nas quais Andrea relatava frustração, desconfiança de traição e menções a problemas emocionais. A polícia verificou que ela monitorava o marido com frequência, enviava mensagens com ameaças e chegou a fotografá-lo enquanto dormia.
Os laudos periciais indicam que o ataque ocorreu enquanto Valter dormia. Ele foi atingido em regiões vitais, como o pescoço e o rosto, e apresentou cortes nas mãos, o que sugere tentativa de defesa. O fisiculturista ainda tentou sair do apartamento para buscar ajuda, mas morreu na escadaria do prédio.
Andrea apresentou ferimentos leves e alegou legítima defesa, versão descartada pela polícia após análise das provas. Ela foi indiciada por homicídio doloso, com as qualificadoras de motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, e permanece presa preventivamente.
Natural de Santa Maria (RS), o casal vivia em Chapecó desde 2021. A investigação também constatou que Andrea era foragida da Justiça gaúcha, com uma condenação de 15 anos por tentativa de latrocínio em 2019, cuja pena foi confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça em 2023.

Valter era professor de educação física e atleta de fisiculturismo, com seis títulos estaduais e o vice-campeonato da World Fitness Federation.
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