O Governo do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria da Saúde (SES), divulgou o Boletim Epidemiológico sobre suicídios e lesões autoprovocadas, com dados atualizados até 2024. O documento apresenta informações que podem subsidiar gestores, profissionais de saúde e sociedade civil na formulação de estratégias de prevenção.

Entre 2015 e 2023, a taxa de mortalidade por suicídio no Estado passou de 10,88 para 16,07 por 100 mil habitantes, crescimento de 47,7%, o maior valor da série histórica. Em 2024, os registros parciais indicam 1.528 óbitos, com taxa de 14,87 por 100 mil habitantes. Cerca de 80% dos casos envolveram homens, com a maior taxa registrada na faixa etária acima de 80 anos, de 49,69 por 100 mil habitantes. Entre mulheres, o risco maior ocorre entre 60 e 69 anos, com taxa de 8,35, e apresenta queda nas idades superiores.
A distribuição territorial mostra desigualdade entre regiões e municípios. As maiores taxas foram registradas nas Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) de Cruz Alta (26,40), Santa Cruz do Sul (23,88), Ijuí (23,69) e Frederico Westphalen (23,57). Entre municípios com mais de 50 mil habitantes, Venâncio Aires apresentou a maior taxa, de 33,81 por 100 mil habitantes, seguida por São Borja (23,16), Sapiranga (22,56) e Ijuí (22,56). Ao todo, onze municípios superaram a média parcial do Estado.
O boletim também aponta que os efeitos de desastres ambientais, como enchentes ocorridas em 2023 e 2024, não tiveram impacto imediato nas taxas de suicídio. Contudo, fatores de risco psicológicos podem surgir gradualmente, como transtornos mentais e comportamentos autolesivos.
O relatório destaca a importância de ações articuladas de prevenção, incluindo promoção da saúde mental, acolhimento de pessoas em risco e fortalecimento dos sistemas de informação em saúde. A Atenção Primária é indicada como estratégica para identificar precocemente comportamentos de risco e evitar agravamentos.

A publicação informa ainda que, em alusão ao Setembro Amarelo, a SES realizará dois seminários macrorregionais voltados à prevenção ao suicídio, nos dias 17 de outubro, em Santa Cruz do Sul, e 4 de novembro, em Palmeira das Missões, com inscrições abertas para o primeiro evento.
Pedindo ajuda
Pensamentos e sentimentos de querer acabar com a própria vida podem ser insuportáveis e pode ser muito difícil saber o que fazer e como superar esses sentimentos, mas existe ajuda disponível. É muito importante conversar com alguém que você confie. Não hesite em pedir ajuda, você pode precisar de alguém que te acompanhe e te auxilie a entrar em contato com os serviços de suporte.
Quando você pede ajuda, você tem o direito de:
- Ser respeitado e levado a sério;
- Ter o seu sofrimento levado em consideração;
- Falar em privacidade com as pessoas sobre você mesmo e sua situação;
- Ser escutado;
- Ser encorajado a se recuperar.
Onde buscar ajuda:
- CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde);
- UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais;
- Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita).
Centro de Valorização da Vida – CVV
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias.
A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.
Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita.
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