O caso recente do bolo envenenado de Torres que deixou ao menos três vítimas fatais em dezembro está chocando o Rio Grande do Sul e do Brasil. Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, foi presa como a principal suspeita de ter cometido o crime. A Polícia Civil está investigando outras mortes suspeitas que possam ter ligação com a mulher. Contudo, a conclusão que todos chegaram é que se trata de uma assassina em série (popularmente conhecido como “serial killers).
Contudo, Deise está longe de ser a primeira criminosa do tipo em território gaúcho. Entre os anos de 1863 e 1864, em Porto Alegre, um dos casos mais emblemáticos da história policial gaúcha e brasileira viria a ser descoberto. E curiosamente, ela envolvia um casal de serial killers: José Ramos e de sua companheira, Catarina Palse. O caso, que ficou conhecido como “Os Crimes da Rua do Arvoredo”, entrou para a história porto-alegrense e passou a se tornar parte da cultura local.
De origem húngara, se acredita que Catarina Palse tenha emigrado para o Brasil em busca de uma nova vida, mas acabou se tornando cúmplice de José Ramos, seu companheiro. Ela teria desempenhado um papel ativo no plano que envolvia o assassinato de homens solitários e o uso de seus corpos na fabricação de linguiças que eram vendidas no açougue. Pouco se sabe sobre a vida de Catarina antes de sua chegada a Porto Alegre, mas relatos da época a descrevem como uma mulher manipuladora e fria, que utilizava seu carisma para atrair as vítimas ao açougue. Além de ajudar a executar os assassinatos, ela teria colaborado na administração do comércio e na produção das linguiças, supostamente feitas com carne humana.
Embora algumas fontes históricas tratem Catarina como uma peça essencial nos crimes, outras sugerem que sua participação pode ter sido menos ativa do que se imagina, levantando questões sobre o papel das mulheres em narrativas sensacionalistas da época. O fato é que ela foi julgada e condenada pelos crimes, enfrentando as consequências de seus atos ao lado de José Ramos.

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