O governo dos Estados Unidos determinou o deslocamento de um grupo de ataque ao mar do Caribe, em meio ao aumento das tensões diplomáticas e militares com a Venezuela. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (24) pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth, e inclui o envio do porta-aviões USS Gerald Ford — considerado o maior do mundo — além de três destróieres e esquadrões de aeronaves de combate e apoio.

De acordo com o Pentágono, o grupo é composto pelo porta-aviões USS Gerald Ford, os destróieres USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill, três esquadrões de caças F-18 e dois esquadrões de helicópteros MH-60. O conjunto se integrará às demais unidades já posicionadas no Caribe, que incluem navios, aviões e equipamentos de monitoramento do Comando Sul (US SOUTHCOM).
A medida amplia a presença militar norte-americana próxima à costa venezuelana e ocorre após uma série de incidentes recentes, incluindo bombardeios a embarcações venezuelanas e acusações mútuas entre os governos de Donald Trump e Nicolás Maduro. O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, declarou que o objetivo é “aumentar a capacidade de detectar e interromper atividades ilícitas que ameacem a segurança dos Estados Unidos e do Hemisfério Ocidental”.
O USS Gerald Ford, incorporado à frota em 2017, tem capacidade para transportar até 90 aeronaves e conta com sistemas avançados de lançamento e pouso. O navio foi visto recentemente na costa da Croácia e deve levar alguns dias até chegar à região do Caribe.
As relações entre Washington e Caracas se deterioraram nas últimas semanas. O governo norte-americano classificou cartéis de drogas sul-americanos como organizações terroristas e elevou a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 269 milhões). O líder venezuelano, por sua vez, acusou os Estados Unidos de planejar sua remoção do poder e afirmou que agentes da CIA atuam dentro do país.

Relatórios internacionais, como o da Organização das Nações Unidas sobre drogas, apontam que o fentanil — principal causa de overdoses nos EUA — é produzido majoritariamente no México, o que gerou questionamentos sobre o foco das operações no Caribe. Ainda assim, autoridades americanas afirmam que novas ações terrestres contra cartéis serão realizadas nos próximos dias.
O governo Trump não confirmou se essas operações incluirão alvos em território venezuelano, mas o secretário de Guerra declarou que as forças americanas tratarão grupos envolvidos no narcotráfico “como organizações terroristas estrangeiras”.
Comentários: