O Rio Grande do Sul registrou um crescimento de 1,8% nas vendas do comércio varejista em maio, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã da quinta-feira (11). O índice supera a média nacional de 1,2% e coloca o estado na quinta posição entre as unidades da federação com maior aumento no período.
O resultado positivo é atribuído a dois fatores principais: a onda de doações para auxiliar as vítimas das enchentes que atingiram o estado no final de abril e início de maio, e a corrida aos supermercados por temor de desabastecimento.
Doações e corrida aos supermercados impulsionam crescimento
A corrente de solidariedade em prol das vítimas das enchentes impulsionou as vendas de itens como roupas, calçados, alimentos e produtos de higiene, principalmente em supermercados e lojas de departamento. Segundo o gerente da pesquisa no IBGE, Cristiano Santos, essa mobilização social teve um impacto significativo no resultado geral do comércio varejista gaúcho.
"As pessoas se mobilizaram para ajudar as vítimas das enchentes e isso se refletiu nas compras, principalmente de produtos que seriam doados", explica Santos. "Além disso, houve um aumento nas compras em supermercados por receio de desabastecimento, o que também contribuiu para o crescimento do setor."
Outros setores também apresentam crescimento
Além do segmento de hiper e supermercados, a pesquisa do IBGE também identificou crescimento nas vendas de tecidos, vestuário, calçados, móveis, eletrodomésticos e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria.
No caso de tecidos, vestuário e calçados, o destaque fica para as vendas de calçados, enquanto em móveis e eletrodomésticos, os aparelhos elétricos foram os itens mais procurados. O pesquisador do IBGE ressalta que o efeito das doações também influenciou as vendas desses segmentos.
O aumento de 1,8% nas vendas do comércio gaúcho em maio não se deve apenas à inflação, mas sim a um crescimento real do setor. Segundo Cristiano Santos, "não há fator inflacionário relevante" no resultado. O pesquisador do IBGE ainda ressalta que o impacto das doações também foi sentido no comércio de outros estados, já que muitas pessoas compraram itens em outros locais para serem enviados às áreas afetadas pelas enchentes. No entanto, esse impacto não foi tão expressivo quanto no Rio Grande do Sul e, por isso, não é possível quantificá-lo com precisão.
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