O Rio Grande do Sul se consolida como um dos principais polos de economia criativa no Brasil, ocupando a quinta posição no ranking nacional com 30.987 estabelecimentos nesse setor, o que representa 6,8% do total no estado e 7,6% no país. Os dados, referentes a 2021, foram divulgados na quarta-feira (09) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) no estudo "O mercado de trabalho da economia criativa no Rio Grande do Sul".
Seguindo a tendência nacional, o segmento de Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) se destaca como o que possui o maior número de empreendimentos na economia criativa do RS, respondendo por 21,8% do total. Outros segmentos relevantes incluem:
- Publicação, editoração e mídia: 14,9%
- Arquitetura, design e moda: 14,6%
- Patrimônio e culturas tradicionais: 14,4%
- Ensino de cultura: 7,1%
- Artes visuais e performáticas: 6,7%
- Telecomunicações: 5,6%
- Audiovisual: 6,2%
Geração de empregos e remuneração
Em 2021, a economia criativa gaúcha gerou 143.847 empregos formais, o que representa 4,2% do total no estado. A TIC, novamente se destaca como o segmento que mais emprega, com 34,2% dos postos de trabalho. Outros setores com alta expressividade na geração de empregos são:
- Publicação, editoração e mídia: 14,9%
- Arquitetura, design e moda: 14,6%
O estudo também aponta que a remuneração média no setor da economia criativa no RS cresceu 62,5% entre 2011 e 2021, chegando a R$ 2.448,81 em 2021. No entanto, o crescimento salarial em outros setores da economia gaúcha foi superior no mesmo período (81,4%).
Participação feminina e desigualdade salarial
Em 2021, a participação feminina entre os empregados formais da economia criativa no RS era de 44,3%, inferior à média do estado (46,8%). Os segmentos com maior presença feminina são:
- Ensino de cultura: 72,7%
- Arquitetura, design e moda: 57,3%
- Publicação, editoração e mídia: 53,2%
- Publicidade: 51,7%
Por outro lado, os setores com menor participação feminina são:
- Audiovisual: 35,1%
- TIC: 36,0%
A pesquisa também revela que a diferença salarial entre homens e mulheres no setor é mais significativa em TIC e telecomunicações, onde o salário médio feminino equivale a 70% do masculino.
Desafios e perspectivas
O estudo do DEE/SPGG contribui para o programa estratégico RS Criativo, da Secretaria da Cultura (Sedac), que busca fortalecer o desenvolvimento da economia criativa no estado. Os dados fornecem subsídios para a elaboração de políticas públicas direcionadas aos diferentes segmentos da economia criativa, com foco naqueles que apresentaram menor crescimento e remuneração média mais baixa.
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