Na quarta-feira (26), tropas do Exército Boliviano foram vistas na entrada do palácio presidencial em La Paz, em um incidente que remete aos períodos de ditaduras militares na América do Sul. Este episódio, liderado pelo general Juan José Zúñiga, ocorreu após sua destituição do cargo de comandante do Exército por ameaçar o ex-presidente Evo Morales.
Especialistas em Relações Internacionais interpretam o evento como uma ação isolada, sem apoio significativo de outros setores das Forças Armadas ou da sociedade boliviana. Segundo Maurício Santoro, professor de Relações Internacionais, Zúñiga tentou um golpe de maneira improvisada após seu afastamento, não recebendo respaldo de grupos sociais ou políticos relevantes.
Além disso, a crise econômica enfrentada pela Bolívia, caracterizada pela queda nas exportações de gás natural e reservas internacionais limitadas, agrava a instabilidade política. Segundo o professor Nildo Ouriques, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a disputa por recursos naturais entre o Estado e grupos multinacionais exacerba as tensões.
A aproximação das eleições presidenciais em 2025 adiciona um componente político à crise, com o general Zúñiga declarando anteriormente que, caso Evo Morales se candidatasse, as Forças Armadas interviriam. As memórias da crise política de 2019, que resultou na deposição de Morales, ainda influenciam o cenário atual.
No contexto regional, a tentativa de golpe na Bolívia faz parte de uma série de crises democráticas na América Latina, incluindo eventos recentes na Guatemala e no Brasil. A resposta internacional rápida e contundente em defesa da democracia boliviana foi destacada como um fator positivo por observadores.
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